cheguei a casa, silêncio. pousei a mala no chão. gritei: cheguei a casa! silêncio.
ao fundo do corredor a mesa, uma carta, uma despedida?
no fundo do corredor a mesa, uma folha em branco, nada.
será que te foste embora? terei-te eu dito que chegava outro dia? por vezes tenho coisas assim, em que me engano nas palavras inconscientemente, como se na minha cabeça se vivesse uma outra realidade, neste caso um outro calendário.
acho que não foste embora. não sei. não quero pensar nisso agora. acabei de chegar.
atiro o casaco para cima do sofá, o corpo para cima da cama. quero dormir até te ouvir entrar.
cheguei a casa. silêncio. uma mala à porta - voltaste-me!
ao fundo do corredor a mesa, a folha em branco no chão, um recado?
no fundo do corredor a mesa, um desenho teu, triste.
eu sei que me atrasei, desculpa, fui comprar-te flores. bem sei que não gostas que se colham flores mas queria dar-te flores hoje, é bonito. demorei mais do que devia, queria estar em casa com as flores, ao fundo do corredor, quando abrisses a porta.
acho que te foste embora. espero que não tenhas ido longe. desculpa-me o atraso, por favor!
o teu casaco em cima do sofá, o teu corpo em cima da cama, afinal não saiste. o meu corpo junto ao teu.
bem vinda a casa, amor!
Sem comentários:
Enviar um comentário