manhã.
quando eu era só tu eras noite, e se eu fosse manhã não respiravas. quando tu eras só não sabia que existia o amor e eu achava que os contos de fadas eram parvoíces de crianças. um dia de manhã eu era aurora e despontava na ponta dos meus dedos o sol. tu tocavas guitarra e parecia magia, transformavas tudo em outro e brilhos e em nuvens de algodão como nos sonhos. quando eu era só não era mesmo só porque vivia rodeada por toda a gente e tu quando eras só eras menos só ainda. quando tu eras só olhavas para dentro de mim e não me vias, porque eu como era só me escondia atrás das cortinas. um dia viste um chinelo meu e qual príncipe da cinderela apressaste-te a enfiar-mo no pé. de repente tu eras sol e luz bem forte e eu era lua e noite e tinha estelas presas às pontas dos cabelos. quando eu era só era feliz mas era descalça. agora não me magoo na sola dos pés quando me levas a passear.
Sem comentários:
Enviar um comentário