amor.

dizes que me amas e é como um murro no estômago. não te amo. não gosto de palavras pesadas. diz-me antes que gostas de mim, assim ao de leve como se de uma brisa se tratasse, e di-lo sem em olhares nos olhos fixamente, nao mo digas depois de me dares a mão ou antes de eu adormecer. diz-mo antes como se estivesses apenas a constatar um facto, não esperes resposta, não recites as palavras, cospe-as como se estivesses a comentar que gostas de gelados no verão, como se fosse algo óbvio e desinteressante, como se não dependesse de nada disso o nosso bem. como se eu nao tivesse de te amar de volta. não te amo. gosto de ti, sim, mas o amor é breve e pesado, como uma tempestade, que chega num piscar de olhos e arrasa tudo à sua passagem. eu não gosto de devastação. não mais do que não te amo. pesa-me o peito, dói-me a ferida postulante das palavras que passaram de prazo e nunca chegaram a curar. não me laceres a pele que eu tenho má cicatrização. ama-me sem mo dizeres. e sem mo mostrares. lembra-te que não há ninguém que me ame mais do que eu, excepto talvez a minha mãe.

3 comentários:

inv3rs0 disse...

no fundo sabes que ele te ama mesmo que não te diga ou mostre. se não o souberes sem ele te dizer ou mostrar, então ele não te ama o suficiente para que não seja preciso dizer ou mostrar.

Adam disse...

parei por aqui meio sem querer querendo, não conheço-te mas sou membro do CS e apenas segui um rastro de migalhas de pão, por assim dizer, que deixaste lá.

parabéns, viu, escreves muito bem

Unknown disse...

I can really relate to these words. Thanks for sharing them.